Quem visita o Corvo, a mais pequena das ilhas Açorianas, rapidamente percebe que a gastronomia local é um reflexo direto de séculos de isolamento e engenhosidade. Não é apenas uma refeição, é uma imersão num modo de vida. A oferta de "bufê", ou o que localmente se assemelha a uma mesa farta e variada, deve ser procurada por quem deseja algo mais do que o prato do dia. É uma oportunidade para saborear a resiliência culinária de uma ilha que, historicamente, se viu obrigada a criar e adaptar com os recursos escassos que possuía. Aqui, a comida é uma celebração da subsistência, uma paleta de sabores que conta a história de pescadores e agricultores que, com as mãos calejadas, transformaram o que a terra e o mar lhes davam em sustento e prazer. É uma viagem a um passado onde a abundância era medida pela inteligência na confeção, e onde cada prato preparado para um grupo é um testemunho dessa arte, uma forma de partilha que transcende o simples ato de comer.