No Bairro Alto, a tapeçaria gastronómica expande-se para além do óbvio, desafiando o visitante a provar o que realmente pulsa no coração lisboeta. Aqui, a cozinha tradicional portuguesa, aquela que a avó faria se vivesse no século XXI, encontra o seu ponto de ebulição. Não estamos a falar de pratos sofisticados que mal preenchem o prato, mas sim de doses generosas, de guisados de cozedura lenta, de peixe fresco que chegou há poucas horas do Atlântico e de carnes que refletem a robustez dos campos. A razão para se perder por estas ruas à procura de pratos autênticos reside na simbiose única entre a tradição que se preserva e a vivacidade de quem ali reside e transita. É o sabor da memória, servido sem pompa, mas com um orgulho palpável na herança culinária que moldou a identidade de um povo.