No Alentejo, em Marvão para ser mais específico, a gastronomia de bar é um capítulo à parte, um manifesto de sabor que se desenrola em petiscos que nos chegam do campo. Há uma alquimia nas "fêveras de porco preto" grelhadas na brasa, ou uns "chouriços assados" que defrontam as memórias de qualquer frigorífico citadino. A razão para procurar estes sabores encontra-se na vivência. No Alentejo, a comida de bar não é apenas sustento; é a narrativa de gerações, a partilha de histórias e o ritmo da vida que se escorreita da terra para a mesa. É onde a espera por um prato é uma meditação, não uma impaciência, culminando num sabor que só a lentidão e o respeito pelos ingredientes podem oferecer, fugindo à rapidez insípida do consumo moderno.