Em Arcos de Valdevez, a procura pela grelha não é apenas uma busca por uma refeição, mas uma imersão na alma gastronómica do Minho. A carne, quase sempre de novilho ou vitela, é o cordão umbilical a uma tradição pastoril que moldou a paisagem e o paladar. O segredo, sussurrado de geração em geração, reside não só na qualidade intrínseca do animal, muitas vezes de raças autóctones como a Cachena ou a Barrosã, mas na forma como o fogo e o sal a transformam. Não é um artifício de sabores complexos, mas a exaltação da matéria-prima, uma lição de que a simplicidade, quando bem executada, alcança a perfeição. É aqui que se entende que a verdadeira "brasa" é um ritual, não uma técnica.