No Porto, mais precisamente na Ribeira, a procura por um bom ramen transcende a mera moda passageira; é uma exploração da alma umami que, surpreendentemente, se aninha nas ruelas seculares. Este pedaço de Porto, outrora porto de entrada de especiarias e culturas, tem uma curiosa ressonância com a Ásia, não numa permuta direta de seda por soja, mas na sua intrínseca abertura ao "novo". A verdade é que o aroma inconfundível do caldo de ramen, com as suas profundas camadas de sabor e a complexidade que apenas um chef dedicado consegue extrair, encaixa-se na perfeição na filosofia gastronómica portuense: a de valorizar o cozinhado lento, a riqueza dos ingredientes e a partilha à mesa. É a oportunidade de saborear uma tigela reconfortante, onde cada fio de macarrão e cada fatia de carne contam uma história de dedicação, servida num ambiente que, por si só, já é um conto.