Porque raio haveríamos de procurar sushi aqui nas faldas da Arrábida, onde o peixe e o marisco frescos são rei e os pratos tradicionais, como o choco frito ou o peixe grelhado, dominam as ementas? A resposta, meu caro leitor, reside na mestria e na audácia de alguns poucos que, sem desrespeitar a riqueza local, ousaram introduzir a arte milenar japonesa. Não se trata de substituir o que é nosso, mas de adicionar uma camada de complexidade e sofisticação, de encontrar um novo palco para a excelência do peixe que, não raras vezes, chega aqui fresquíssimo, diretamente da lota de Setúbal. É a fusão do rigor nipónico com a generosidade atlântica, um casamento inesperado que, quando bem-sucedido, se revela numa experiência gastronómica singular, capaz de surpreender até os mais céticos.