Em Castelo de Vide e Marvão, a "Mediterrânea", como se diz entre nós, é mais que uma designação; é a alma que se come. Porquê procurar o prato com sabor a Alentejo aqui? Porque não é um mero prato; é uma narrativa de terras e gentes, uma história de azafrões e azeites, de porcos que pastam entre azinheiras e ovelhas que dão leite para queijos com um paladar que ecoa séculos. Há a complexidade aparente da simplicidade, onde o cozido de grão ou a sopa de cação, tão despretensiosamente alentejanos, revelam um perfil saboroso que só a combinação perfeita de solo, clima e sabedoria ancestral pode oferecer. É uma cozinha que se recusa a ser de autor, preferindo ser do povo, um retrato comestível de uma região que não precisou de chefs estrelados para refinar o seu paladar, apenas de mãos calejadas e um respeito inabalável pelos ingredientes que a terra oferece.