Alcântara, com o seu carácter intrínseco de porto e ferrovia, tece uma narrativa gastronómica que transcende o trivial. Antigamente, este era o bairro das gentes do rio, dos estivadores que descarregavam as mercadorias que enriqueceriam a culinária lisboeta e, por extensão, portuguesa. Buscar a "alta cozinha" aqui não é procurar pratos com nomes pretensiosos; é, sim, encontrar a sofisticação da matéria-prima elevada à arte, um reflexo do cosmopolitismo que as suas docas sempre atraíram. É aprimorar a experiência de provar a frescura do Atlântico combinada com técnicas que honram a tradição, mas que não se esquecem de inovar, como um navegador a avistar uma nova costa. Aqui, a mesa é um mapa de sabores, um diário de viagens que se degusta.