Para quem visita Braga, especialmente o seu centro histórico, procurar a francesinha é quase um rito de passagem. Não é apenas uma sanduíche; é uma instituição, um emblema da robustez e do sabor nortenho, tão enraizada na identidade local como as procissões da Semana Santa. Em Braga, a interpretação bracarense da francesinha assume uma singularidade que a distingue da sua congénere portuense. Aqui, a tradição é reinventada com um toque de delicadeza e, muitas vezes, com um molho que, embora mantenha a complexidade de especiarias e carne, se revela menos avassalador, permitindo que os múltiplos recheios brilhem. É uma experiência culinária que encapsula a generosidade minhota, uma refeição para ser partilhada – ou desafiadoramente devorada a solo – que satisfaz não só o paladar, mas também a curiosidade cultural. Procurar a francesinha em Braga é compreender um pouco da alma que pulsa na cidade.