Em Ílhavo, a charcutaria não é apenas fiambre e queijo; é uma janela para a alma da região. Porque haveria alguém de fora de Aveiro de a procurar? Porque aqui, a tradição cura a carne, e não a pressa industrial. A persistência dos sabores, a profundidade que só séculos de prática podem apurar, é palpável. Cada fatia conta a história de porcos criados na região, de fumadores que viram gerações, de temperos que respeitam a terra. É um testamento à crença de que as coisas boas levam tempo, e a essa paciência que eleva um mero alimento a uma iguaria que perdura na memória. Não é uma tendência; é um legado.