Na Comporta e Troia, a “Espanhola” — uma designação local abrangente para a gastronomia mais simples e reconfortante do quotidiano — ganha uma dimensão quase filosófica. Porquê buscar esta culinária aqui? Porque é nestas paragens que o mar e a terra se encontram numa dança ancestral, resultando em pratos que, apesar da aparente despretensão, carregam a alma do Alentejo e a brisa do Atlântico. É a comida dos pescadores que regressam com a sua faina, das gentes do campo que trabalham a terra e que, diariamente, transformam ingredientes frescos em algo memorável. Não espere pratos complexos ou adornos desnecessários; espere, sim, a pureza do sabor, a essência de uma tradição que resiste. Aqui, cada garfada é um passaporte para a autenticidade, um pedaço da história de gente que vive da terra e do mar, servido com a honestidade de um olhar.