Ao aventurar-se por Peniche e Baleal, percebe-se rapidamente que, apesar do fascínio óbvio pelo peixe fresquíssimo e os mariscos que o Atlântico generosamente oferece, há um universo mais democrático e surpreendente a descobrir: o do cachorro-quente. Esta não é uma mera opção de fast food; é, antes, uma instituição que reflete a alma descontraída e inventiva da costa. Esqueçam as ideias pré-concebidas de um simples pão com salsicha. Aqui, o cachorro-quente transcende a sua simplicidade, tornando-se uma tela para a criatividade local, onde cada adição – desde batata palha estaladiça a molhos caseiros secretos – narra uma história da gastronomia popular que pulsa à volta das ondas e dos surfistas, oferecendo um conforto saboroso e autêntico que ressoa com o espírito livre do lugar. É a culinária que se veste de informalidade sem perder o sabor, um refúgio gastronómico para quem procura algo genuíno e rápido, mas indubitavelmente português.