Em Setúbal e na Arrábida, o churrasco, ou o nosso "grelhar", transcende a mera culinária; é uma ode à vida ao ar livre, um elo inquebrável com a generosidade do Atlântico e a opulência da serra. É aqui que o peixe acabado de sair do barco encontra o carvão aquecido, uma união quase alquímica que transforma o paladar. O porquê? Porque esta região, há séculos um ponto nevrálgico de pesca e agricultura, soube refinar a arte de realçar o sabor intrínseco dos seus produtos, sem disfarces. Não é apenas uma refeição; é uma experiência sensorial, um mergulho na alma setubalense, onde o cheiro do fumo a madeira se mistura com a brisa do estuário, um convite irrecusável.