Para quem desembarca na Península de Tróia, seja pelo ferry que rasga o Sado ou pela estrada que abraça a Arrábida, o "jantar casual" assume uma dimensão quase ritual. A razão é simples e reside na confluência de dois ecossistemas únicos: a ria, com o seu peixe fresco de maré e o marisco que o pescador traz ainda a mexer, e a serra, berço de queijos de ovelha e vinhos que contam histórias de um solo calcário singular. Não é apenas uma refeição, é a experiência de provar a paisagem, o rescaldo de um dia entre dunas douradas e águas translúcidas, servido com a informalidade portuguesa de quem valoriza o tempo à mesa, sem agendas, apenas o prazer de estar e saborear a genuinidade dos produtos que são a própria essência da região.