Para quem chega a Viseu, a busca por um "sorvete" pode parecer uma tentativa de encontrar um oásis no deserto, mas é precisamente a forma como esta cidade do coração de Portugal reinventa o que muitos conhecem por gelado que a torna imperdível. Esqueçam as cadeias globais com seus sabores padronizados; aqui, a tradição da confeitaria local infunde cada bola com uma história. É uma arte que transforma frutas regionais, muitas vezes colhidas nos quintais vizinhos, e laticínios frescos provenientes de pequenos produtores da Beira Alta, em algo que transcende a simples sobremesa gelada. A textura é diferente, mais cremosa, mais encorpada, um testemunho do uso generoso de ingredientes naturais e da recusa em apressar o processo, como se cada boleira quisesse partilhar um segredo de família. Não é apenas a satisfação do paladar, mas também a experiência de saborear um pedaço da identidade gastronómica da região que justifica a procura.