Caldas da Rainha, em sua veia artística e termal, Nazaré, com seu imponente swell, e Óbidos, que parece ter parado no tempo dentro de suas muralhas, partilham algo mais do que a proximidade geográfica no Oeste: a surpreendente qualidade do sushi que ali brota. Poder-se-ia pensar que, dada a proeminência de peixe fresco em toda a costa portuguesa, encontrar bons restaurantes de culinária japonesa seria uma redundância. Contudo, nestas urbes de forte tradição piscatória, a arte de preparar peixe cru, longe de ser uma adaptação forçada, encontra um terreno fértil. A frescura do pescado, muitas vezes capturado na madrugada pelos pescadores locais e desembarcado a poucas dezenas de quilómetros, permite que o arroz avinagrado sirva de palco a verdadeiros protagonistas do mar, conferindo uma autenticidade e sabor a cada peça que dificilmente se encontra em grandes centros urbanos, onde o peixe percorre, por vezes, distâncias consideráveis.