Quando se visita Lagos, no Algarve, a busca por um "americano" pode parecer uma pequena travessia cultural. Tradicionalmente, o café em Portugal é um ritual de expresso forte e rápido. O galão, a meia de leite, o abatanado – são as estrelas do dia a dia. Mas para quem anseia por uma chávena maior de café diluído, que se assemelha mais ao que se encontra noutras paragens, Lagos oferece um acolhimento particular. A afluência de visitantes de um espectro tão vasto de nacionalidades, especialmente nas últimas décadas, transformou a oferta local. É uma resposta orgânica à procura, um testemunho de como a identidade culinária de um lugar é um organismo vivo, moldado pelos seus habitantes e pelos seus convidados. Não se trata de uma inovação radical, mas sim de uma adaptação inteligente e generosa, que permite a todos encontrar o seu conforto matinal, mesmo à beira do Atlântico.