Em Lagos, no coração algarvio, a cultura da comida rápida, ou "restauração rápida" como por cá se diz, assume um papel peculiar, desenhado pelas mãos que moldaram a paisagem costeira. Não é uma réplica pálida de metrópoles globais, mas sim uma fusão entre a pressa do turismo e a alma de uma terra de pescadores. Deve procurar esta vertente culinária não pela sua conveniência, mas pela sua autenticidade relutante, muitas vezes servida entre calçadas de basalto e paredes caiadas de branco, um contraste vívido com a formalidade de um prato de peixe grelhado. É uma janela para o quotidiano que pulsa para além das ementas turísticas, oferecendo uma fatia da vida lacobrigense no seu ritmo mais acelerado, mas ainda assim enraizada no sabor do Atlântico e na frescura dos produtos locais, mesmo que de forma simplificada.