Guimarães, essa joia setentrional, é um local onde a história e o sabor se entrelaçam de forma singular. Se o seu paladar anseia por algo distinto, algo que agite as suas papilas gustativas para além da costeleta de vitela assada, então o curry é a sua chamada. Neste enclave minhoto, a culinária indiana encontrou um porto inesperado e floresceu. A razão é simples, mas muitas vezes esquecida: a migração e as trocas culturais não são fenómenos recentes. Gerações de portugueses que viveram e trabalharam noutros continentes – da Ásia à África – trouxeram consigo não só memórias, mas também temperos e técnicas. É a autenticidade dessa herança, daquela “cozinha de mãe” transcontinental, que faz com que cada malagueta, cada cominho, dance no prato de uma maneira que raramente se encontra fora dos grandes centros cosmopolitas.