No coração selvagem do Parque Nacional da Peneda-Gerês, onde os vales se encontram com as serras e o tempo parece abrandar para a cadência do vento, a gastronomia reflete essa robustez. O cachorro-quente, embora não seja invenção local, ganha aqui um paladar todo seu, uma adaptação honesta e sem pretensões às necessidades de quem caminha nestas paragens. Esqueça os floreados e as invenções de autor; aqui, o que se procura é substância e sabor direto, um conforto para aquecer a alma depois de horas a explorar cascatas ou a subir picos. Escolher um cachorro-quente na beira da estrada do Gerês é como um ritual de passagem, um reconhecimento de que a simplicidade, quando bem executada, tem um valor inestimável. É a resposta perfeita à fome que o ar puro e o exercício físico provocam, um prato que fala a linguagem universal da satisfação imediata.