No Alentejo, e em especial na sua costa, a cultura gastronómica é um hino à simplicidade e à abundância da terra e do mar. O brunch, com as suas raízes anglo-saxónicas, aqui ganha um sotaque genuinamente alentejano. Por que razão deveria alguém procurar esta refeição em particular nesta região? Porque transcende a mera união de pequeno-almoço e almoço. É uma celebração do pão de forno de lenha, da charcutaria artesanal que maturou ao sol e ao vento, dos queijos que contam a história das ovelhas que pastam nas vastas planícies. É a oportunidade de saborear compotas caseiras de frutas que cheiram a verão, ovos frescos de quintal preparados com o saber de quem entende o seu valor, e, claro, os inevitáveis pastéis de nata, que aqui adquirem uma textura e cremosidade singulares, talvez pela forma como o sol aquece os ovos e o leite. Não é apenas uma refeição, é uma experiência imersiva na alma alentejana, onde o tempo abranda e cada garfada é um convite à contemplação rústica.