Imagine São Miguel sem as suas Casas de Chá, e é como subtrair o sol da equação de um dia perfeito. Estas casas são mais do que meros pontos de paragem para uma bebida; são a alma de uma tradição que se entranhou na vida açoriana. A história do chá nos Açores, e em particular em São Miguel, é uma narrativa de resiliência e inovação que remonta a meados do século XIX. A curiosidade de trazer o chá para estas ilhas, à semelhança do que ocorria em terras distantes, transformou a paisagem local e a forma como o bica sabe. Não provar o chá da ilha é, perdoe-se o atrevimento, ignorar uma parte intrínseca do pulsar cultural açoriano; é uma experiência sensorial e histórica que não encontrará replicada com a mesma substância em mais nenhum local do ocidente europeu.